Assassinatos cruéis causam comoção popular. Quando as vítimas são jovens, bonitas e felizes, a revolta da população parece se multiplicar. Não foi diferente no caso do seqüestro e morte de Liana Friedenbach e Felipe Caffé, em Embu-Guaçu (Grande São Paulo), no início de novembro.
Quando crimes hediondos acontecem, as pessoas tendem a sentir-se próximas às vítimas. Liana poderia ser sua filha, sua irmã, sua sobrinha. Felipe poderia ser seu amigo, seu primo, seu neto. E, de supetão, a população é tomada por um sentimento de ódio. Ódio coletivo e, neste caso, focado primordialmente em um único nome – ou melhor, apelido: Champinha.
Um assassino – ou qualquer outro criminoso – com menos de 18 anos, quando condenado, não recebe uma pena, mas uma "medida corretiva". Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, ele deve ficar por até três anos na Fundação Casa (ex-Febem). Após esse prazo, estará livre. Esta medida baseia-se no fato de que o adolescente não pode ser responsabilizado por seus atos, pois ainda se encontra em período de formação.
Uma pesquisa foi realizada em setembro de 2003, pela Toledo & Associados, a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). O levantamento revelava que 89% da população brasileira defendem a redução da maioridade penal dos 18 para os 16 anos. Na mesma pesquisa, 52% dos entrevistados se disseram favoráveis à pena de morte para crimes hediondos.
Como uma reação em cadeia, a indignação em uma conversa informal entre pessoas na rua começa a ser expressa também nos veículos de comunicação. A apresentadora de TV Hebe Camargo, por exemplo, afirmou em seu programa, 17/11/2003, que tem vontade de matar Champinha. "Viu Champinha? Eu vou fazer uma entrevista com você. Se me deixarem eu vou. Mas eu vou armada. Eu saio de lá e vou para a cadeia. Mas você não fica vivo", disse a apresentadora, em rede nacional.
segunda-feira, 18 de junho de 2007
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